segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Entrevista: 50 anos dedicados ao rádio

Arilton Barreiros poderia ter seguido carreira no Exército, como bancário e até na política. Mas falou mais alto o amor pela comunicação, que surgiu quando ainda era um menino e já dura 50 anos. Neste período, trabalhou nas rádios Tabajara, Tubá e Verde Vale. Foi correspondente dos jornais A Notícia, o Estado e Santa Catarina. Escreveu no Tribuna Sulina, no O Popular, de Imbituba, e no Notisul, inclusive quando era semanário. Foi um dos sócios-fundadores do Notisul quando passou a ser diário. Também foi um dos fundadores da Tabajara FM (hoje Nativa) e da Rádio Verde Vale, de Braço do Norte. Foi assessor especial do ex-prefeito Estener Soratto, de 1989 a 1992. Hoje, aos 67 anos, é sócio e apresentador na Rádio Santa Catarina, e colunista nos jornais Diário do Sul, No Ponto (Braço do Norte), O Município (Jaguaruna), Regional Sul (Armazém) e da Cidade (Tubarão), além do site ex-improviso. Um currículo e tanto! Confira abaixo parte da entrevista publicada na edição do último fim de semana do Notisul e a íntegra no link https://notisul.com.br/entrevistas/30312/-tenho-um-respeito-muito-grande-pelo-ouvinte.

Foto: Priscila Loch
Notisul - Seu Arilton, são 50 anos de profissão. Como iniciou essa história? 
Arilton - Comecei com 12 anos. Eu era escoteiro e fui convidado para fazer um programa com o chefe Souza, na rádio Tabajara. Acabei gostando. Quando eu tinha uns 14, a Tabajara fez uma espécie de seletiva. Tinha muita gente e nem imaginei que eu passaria. Passamos em três: eu, Sedenir Figueiredo - que depois passou num concurso e foi trabalhar na Caixa Econômica - e João Batista Zim Neves - que foi locutor, narrador esportivo e acabou saindo também depois de fazer concurso público para a Eletrosul. Só eu fiquei. Comecei fazendo plantão esportivo. Não tinha nem a carteira assinada, nem programa fixo. Depois, comecei a trabalhar como repórter de campo e fui pegando experiência. Até que fui servir o Exército. Fiquei um ano e logo depois abriu um concurso para sargento. Eu passei, só que foi cancelado por fraude. Isso em 1970. No final do ano - a BR-101 nem era asfaltada - eu vim em casa - tinha namorada em Tubarão, hoje minha esposa - e encontrei com o Valmor Silva, que me convidou para voltar para o rádio. Acabei voltando de Porto Alegre. Daí peguei um programa fixo de manhã na Tabajara, musical, de variedades. E assim foi até 1974. A rádio tinha os transmissores na volta dos circulares, na Marechal Deodoro, depois da ponte do Morrotes, e a água da enchente levou tudo. Ficamos sem poder trabalhar. Apareceu o agora falecido Holandês, coordenador do movimento escoteiro aqui na região, e me convidou para que eu fosse executivo na União dos Escoteiros do Brasil. O ex-governador Pedro Ivo Campos, presidente de honra do movimento em Santa Catarina, fez um projeto de lei para expandir o movimento e, para isso, precisava de alguém que conhecesse. Mas nessa época eu tinha carteira registrada na rádio Tabajara, só que por causa da enchente a rádio não estava funcionando e ia demorar a funcionar. A proposta era para eu ganhar cerca de seis vezes mais que o salário da rádio. Acabei aceitando e participei da fundação de uns dez grupos de escoteiros. Eu tinha seis horas de serviço e um dia recebi uma ligação do professor Névio Capelé, que era diretor Tubá e me fez uma proposta para fazer uma ponta no Jornal das 12, ao meio-dia.  O contrato com a união dos escoteiros era de 12 meses, possível de renovação, só que eu não sabia que se renovasse seria mandado para Chapecó. Durante um tempo, trabalhava na rádio de manhã e com os escoteiros à tarde. Eu tinha uns 20 anos, foi após o Exército, depois de eu trabalhar no Sul Banco, em Porto Alegre. Fui bancário por oito meses. Daí, quando queriam me mandar para Chapecó, Névio me chamou perguntando se eu não queria pegar o programa das 7 horas, muito forte na região, o número 1 da época, no fim de 1975. Aceitei o desafio e quando venceu o contrato com os escoteiros eu não quis renovar. Apareceu outra oportunidade dentro da própria rádio Tubá, de vendedor. Trabalhei de vendedor dez anos na Tubá. Eu tinha o melhor salário da rádio e só saí porque me apareceu a oportunidade de ser sócio de outra rádio, em Braço do Norte, de comprar uma cota da Verde Vale. Isso em 1984.

Notisul - É uma história e tanto de trabalho. Qual a importância de receber uma homenagem da Associação Catarinense de Imprensa?
Arilton - Foi muito gratificante. Devo ao Iberê Aguiar Jaques. Se não fosse por ele, ninguém iria lembrar-se de mim e eu também não pediria nada a ninguém.  Primeiro que a nossa classe não é muito unida. Segundo que a imprensa não é valorizada, Iberê foi o grande responsável por isso, insistiu, mesmo eu relutando. Estiveram o presidente da Associação Catarinense de Imprensa, Ademir Arnon, o jornalista Moacir Pereira e muitas outras lideranças e autoridades. Fiquei muito feliz, extremamente emocionado, até porque todos sabem que minha mãe faleceu no dia 7 de agosto deste ano e meu pai no dia 30 de setembro, tudo muito recente. 
Fonte: Priscila Loch/Jornal Notisul 

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